Pai de Eloá diz que socorrista do Samu pegou arma, desmuniciou e colocou na própria cintura
ACIDENTE EM CUIABÁ
Caso aconteceu em uma residência do bairro Santa Cruz 2.
Os pais da pequena Eloá Pinheiro de Oliveira, de dois anos, prestaram depoimento na tarde de quarta-feira (11), logo após acidente na casa deles, no bairro Santa Cruz 2, em Cuiabá. No relato do 2⁰ sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, Elienay Pinheiro, o primeiro socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que esteve no local pegou o revólver calibre 38, desmuniciou a arma e colocou na própria cintura.
“O declarante narra que imediatamente pegou o seu telefone e acionou o Samu, e por telefone, o médico pediu que realizasse massagem cardíaca, e o declarante permaneceu com o massagem até que o Samu chegou no local; que, o primeiro socorrista do Samu chegou ao local, pegou a arma de fogo, desmuniciou-a, e após a colocou na cintura dele; que, em seguida deram sequência ao atendimento, e o declarante ouvia a conversa dos atendentes até que o declarante entendeu que sua filha já havia falecido; que, o declarante foi conduzido pelos atendentes do Samu, até outro quarto, porque ficou indignado com a constatação do óbito”, disse.
Elienay Pinheiro contou que momentos depois uma equipe da PM chegou ao local e ficou no quarto junto dele. “Algum policial que estava no local, arguiu ao declarante, onde estava o estojo de munição, o declarante disse que não tinha conhecimento, e que não tinha sequer tocado na arma; que, perguntado ao declarante como era o procedimento de segurança para guardar sua arma, o declarante responde que sempre a guardava em um coldre, no fundo falso de uma gaveta, do criado mudo, ao lado de sua cama; que, sempre que a manuseava tomava o cuidado de olhar se alguém estava reparando onde estava guardando, certificando de que ninguém soubesse”, acrescentou.
“Que, perguntado se seu filho menor, de 8 anos, sabia onde estava a arma, respondeu que talvez ele soubesse, mas não tem certeza, e o declarante afirma que seu filho nunca mexeu em sua gaveta, e inclusive sempre advertia o seu filho de que somente um adulto, e policial, poderia manusear uma arma de fogo; que, perguntado se a [nome preservado], tinha ciência do local onde guardava sua arma, ou o viu guardando a arma, respondeu que não, já que chegaram a pouco tempo em sua casa, cerca de 5 dias, para passarem férias, e neste tempo, tem certeza de que ela nunca viu o declarante manusear ou guardar a arma no criado mudo; que, o declarante informa que a arma de fogo é um revólver, calibre .38, de propriedade do declarante, a qual encontra-se registrada no sigma; que, manifestado se deseja falar mais alguma coisa, o declarante relata somente que toda a situação parece mais um pesadelo, pois sua filha era sua princesa”, finalizou.
Versão da mãe
Em depoimento de uma hora e cinquenta minutos, Raquel Oliveira iniciou contando que soube do acidente pelo sobrinho. “Após as 10h, pedindo para ela retornar para casa urgentemente, mas sem falar do que se tratava; que a declarante ficou nervosa e pediu para sua colega de trabalho para acompanhá-la; que, ao chegar em casa encontrou policiais militares e a imprensa no local; que, um policial militar contou que ocorreu um acidente e que a sua filhinha (Eloá Victoria Silva Oliveira) estava morta; que, ela precisou se recuperar do choque da notícia”, diz.
A mãe afirmou ter encontrado o marido abalado e transtornado. “Que ela nunca tinha visto ele no estado que estava. que, o Elienay, teve uma alta médica psicológica recente, devido a um tratamento de saúde; que, o Elienay, contou que ele estava fazendo o almoço na cozinha, e que escutou um disparo de arma de fogo, e correu em direção ao quarto do casal; que, no quarto, encontrou seu filho, menor de idade, de nome [preservado] sua 'sobrinha em 2º grau', menor de idade, de nome [preservado], e a Eloá já caída no chão; que, havia muito sangue nela; que, o [nome preservado], estava gritando, e está muito abalado; que, a [nome preservado] falou 'desculpa tio'; que, a arma, um revólver calibre 38, estava em cima da cama; que, o Elienay tentou reanimar a Eloá; que, o Elienay ligou para o Samu, e teve orientações de como reanimar a criança”.
Segundo Raquel, havia um fundo falso na gaveta do criado mudo do quarto, onde a arma estava guardada. “Que, o revolver é do Elienay; que, o Elienay, tinha cuidado em guardar a arma, verificando se estavam observando ele; que, o revolver era guardado municiado e dentro do coldre; que, até o dia de hoje, a declarante acreditava que os únicos que sabiam da existência da arma era ela e o Elienay; que, o [nome preservado] e a [nome preservado], moram no Rio De Janeiro, e que chegaram de férias no sábado (06/05), e estavam hospedados em sua casa; que a [nome preservado] é filha do [nome preservado]; que, a declarante está muito emocionada e sofrendo, sendo que Eloá foi adotada há 01 ano e 08 meses, sendo muito querida e o 'xodó' da família; que, a declarante informa que esperaram na fila de adoção por 7 anos, até a Eloá chegar; que, todos estão muito abalados com a perda da Eloá”, finalizou.
Entenda
Elóa e a prima de cinco anos estavam em casa quando encontraram uma arma em fundo falso de um criado mudo ao lado da cama. Em dado momento, houve um disparo acidental e Eloá faleceu. Eloá é filha de um policial militar. Ele deve responder pelo crime de omissão de cautela, crime que se dá quando o proprietário da arma de fogo não toma o cuidado necessário para evitar que um menor ou pessoa com deficiência mental use o armamento.
BEM TV- Tangará da Serra, Afiliada SBT
Fonte: Olhar Direto
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