Pai de Eloá diz que socorrista do Samu pegou arma, desmuniciou e colocou na própria cintura

ACIDENTE EM CUIABÁ

12/05/2023 16:01:54
Olhar Direto
Caso aconteceu em uma residência do bairro Santa Cruz 2.

Os pais da pequena Eloá Pinheiro de Oliveira, de dois anos, prestaram depoimento na tarde de quarta-feira (11), logo após acidente na casa deles, no bairro Santa Cruz 2, em Cuiabá. No relato do 2⁰ sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, Elienay Pinheiro, o primeiro socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que esteve no local pegou o revólver calibre 38, desmuniciou a arma e colocou na própria cintura.


“O declarante narra que imediatamente pegou o seu telefone e acionou o Samu, e por telefone, o médico pediu que realizasse massagem cardíaca, e o declarante permaneceu com o massagem até que o Samu chegou no local; que, o primeiro socorrista do Samu chegou ao local, pegou a arma de fogo, desmuniciou-a, e após a colocou na cintura dele; que, em seguida deram sequência ao atendimento, e o declarante ouvia a conversa dos atendentes até que o declarante entendeu que sua filha já havia falecido; que, o declarante foi conduzido pelos atendentes do Samu, até outro quarto, porque ficou indignado com a constatação do óbito”, disse.

Elienay Pinheiro contou que momentos depois uma equipe da PM chegou ao local e ficou no quarto junto dele. “Algum policial que estava no local, arguiu ao declarante, onde estava o estojo de munição, o declarante disse que não tinha conhecimento, e que não tinha sequer tocado na arma; que, perguntado ao declarante como era o procedimento de segurança para guardar sua arma, o declarante responde que sempre a guardava em um coldre, no fundo falso de uma gaveta, do criado mudo, ao lado de sua cama; que, sempre que a manuseava tomava o cuidado de olhar se alguém estava reparando onde estava guardando, certificando de que ninguém soubesse”, acrescentou.

“Que, perguntado se seu filho menor, de 8 anos, sabia onde estava a arma, respondeu que talvez ele soubesse, mas não tem certeza, e o declarante afirma que seu filho nunca mexeu em sua gaveta, e inclusive sempre advertia o seu filho de que somente um adulto, e policial, poderia manusear uma arma de fogo; que, perguntado se a [nome preservado], tinha ciência do local onde guardava sua arma, ou o viu guardando a arma, respondeu que não, já que chegaram a pouco tempo em sua casa, cerca de 5 dias, para passarem férias, e neste tempo, tem certeza de que ela nunca viu o declarante manusear ou guardar a arma no criado mudo; que, o declarante informa que a arma de fogo é um revólver, calibre .38, de propriedade do declarante, a qual encontra-se registrada no sigma; que, manifestado se deseja falar mais alguma coisa, o declarante relata somente que toda a situação parece mais um pesadelo, pois sua filha era sua princesa”, finalizou.

Versão da mãe

Em depoimento de uma hora e cinquenta minutos, Raquel Oliveira iniciou contando que soube do acidente pelo sobrinho. “Após as 10h, pedindo para ela retornar para casa urgentemente, mas sem falar do que se tratava; que a declarante ficou nervosa e pediu para sua colega de trabalho para acompanhá-la; que, ao chegar em casa encontrou policiais militares e a imprensa no local; que, um policial militar contou que ocorreu um acidente e que a sua filhinha (Eloá Victoria Silva Oliveira) estava morta; que, ela precisou se recuperar do choque da notícia”, diz.

A mãe afirmou ter encontrado o marido abalado e transtornado. “Que ela nunca tinha visto ele no estado que estava. que, o Elienay, teve uma alta médica psicológica recente, devido a um tratamento de saúde; que, o Elienay, contou que ele estava fazendo o almoço na cozinha, e que escutou um disparo de arma de fogo, e correu em direção ao quarto do casal; que, no quarto, encontrou seu filho, menor de idade, de nome [preservado] sua 'sobrinha em 2º grau', menor de idade, de nome [preservado], e a Eloá já caída no chão; que, havia muito sangue nela; que, o [nome preservado], estava gritando, e está muito abalado; que, a [nome preservado] falou 'desculpa tio'; que, a arma, um revólver calibre 38, estava em cima da cama; que, o Elienay tentou reanimar a Eloá; que, o Elienay ligou para o Samu, e teve orientações de como reanimar a criança”.

Segundo Raquel, havia um fundo falso na gaveta do criado mudo do quarto, onde a arma estava guardada. “Que, o revolver é do Elienay; que, o Elienay, tinha cuidado em guardar a arma, verificando se estavam observando ele; que, o revolver era guardado municiado e dentro do coldre; que, até o dia de hoje, a declarante acreditava que os únicos que sabiam da existência da arma era ela e o Elienay; que, o [nome preservado] e a [nome preservado], moram no Rio De Janeiro, e que chegaram de férias no sábado (06/05), e estavam hospedados em sua casa; que a [nome preservado] é filha do [nome preservado]; que, a declarante está muito emocionada e sofrendo, sendo que Eloá foi adotada há 01 ano e 08 meses, sendo muito querida e o 'xodó' da família; que, a declarante informa que esperaram na fila de adoção por 7 anos, até a Eloá chegar; que, todos estão muito abalados com a perda da Eloá”, finalizou.
 
Entenda

Elóa e a prima de cinco anos estavam em casa quando encontraram uma arma em fundo falso de um criado mudo ao lado da cama. Em dado momento, houve um disparo acidental e Eloá faleceu. Eloá é filha de um policial militar. Ele deve responder pelo crime de omissão de cautela, crime que se dá quando o proprietário da arma de fogo não toma o cuidado necessário para evitar que um menor ou pessoa com deficiência mental use o armamento.

 


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Fonte: Olhar Direto



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