Medo de Represália

Mãe de bebê encontrado morto chora em depoimento e questiona se ficará em cela com outras presas

“Ela questionava se ia ficar junto de outras presas porque sabia que na comunidade carcerária esse tipo de crime não é aceito”.

19/05/2021 13:42:10
Reprodução

Em depoimento à Polícia Civil de Rondônia, Ramira Gomes da Silva, 22 anos, mãe do menino Brian, de cinco meses, chorou e logo depois questionou se ficaria em uma cela compartilhada com outras presas. Ela alega que o filho morreu dormindo e nega ter amputado as mãos e pés do bebê. O corpo da vítima foi encontrado em uma residência no bairro Benjamin Raiser, em Sorriso (cerca de 400 km de Cuiabá), na tarde de segunda-feira (17).

Em entrevista ao site JK Notícias, o delegado responsável pela prisão em Porto Velho (RO), Yuri Medeiros, afirmou que Ramira, questionou por várias vezes se o exame que deve apontar a causa da morte de Brian já teria sido feito. Outro questionamento seria sobre a cela que iria ficar. “Ela questionava se ia ficar junto de outras presas porque sabia que na comunidade carcerária esse tipo de crime não é aceito”, contou o delegado.

O exame pericial irá apontar se Brian morreu engasgado como ela afirma ou se foi vítima de violência. Em análise preliminar realizada no dia da localização do cadáver, foram apontadas lesões no crânio do bebê. Além disso, ele estava com os membros amputados. 

“A versão dela é que foi dormir na noite anterior a morte de Brian e por volta das 2h teria alimentado ele, trocado de roupa, enfim. Disse que acordou por volta das 5h com ele no berço ao lado dela e teria se deparado com ele roxo, sem vida. Ela diz que nesse momento, levado pela emoção, não raciocinou direito e teria enterrado a criança no local, inclusive, que segundo ela, onde o cachorro se abrigava”, explicou.

Questionada sobre os membros amputados, o delegado afirmou que Ramira não soube explicar. “Ela fala que enterrou o Brian inteiro, sem nenhum membro decepado. Ela não sabe explicar”, acrescenta.

O delegado, entretanto, conta que a versão de Ramira é pouco crível. “Em caso desses, de morte natural, o esperado, ainda mais considerando uma mãe, é procurar o hospital, chamar a polícia. Já nos deparamos com caso que a mãe chega com a criança morta no hospital na esperança ainda da criança voltar a vida. A história dela [Ramira] não convenceu”, ponderou.

Antes disso, Ramira teria apresentado outra versão. Ela contou que teria deixado o Brian com uma conhecida que teria o matado. “Em um primeiro momento, ela estava bem fria. Mas quando apresentamos fotografias, o que a investigação já tinha conseguido angariar, ela chorou. Não sei se chorou por ter lembrado da criança ou pelo fato de estar sendo presa”, finalizou. 


Olhar Direto
Fonte: Olhar Direto



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